Nome científico: Mauritia flexuosa L.
Nome popular: buriti
Família botânica: Arecaceae
Originária da América do Sul, na região amazônica da Colômbia, Venezuela, Guianas, Trinidad e Tobago, Equador, Peru, Bolívia e Brasil. Sua ocorrência natural é grande em alguns locais, como o Peru, e oferece a opção de seu consumo como fruta e outros usos. Na língua indígena, é chamado de aguaje.
Os frutos são drupas, usualmente são marrom-avermelhados, oblongo-globosos, com média de 4 a 5 cm de comprimento, e o seu epicarpo (casca) é formado de escamas típicas, sobrepostas; o mesocarpo é carnoso, alaranjado, e o endocarpo tem uma semente globosa, com cerca de 2 cm de diâmetro. Têm polpa avermelhada, sabor melhor que os de polpa amarela. Há muitos ecótipos, com o mesocarpo (parte comestível) muito variável.
Os produtos do buriti são vários, para o homem, os animais e a indústria.
O fruto pode ser consumido ao natural, com farinha, ou usado para se fazer doces, geleias, sorvetes e vinho, entre outros.
Um óleo extraído de sua polpa possui cor alaranjada e apresenta boas característica de aroma e sabor, alto nível de carotenoides e é usado na indústria farmacêutica e como alimento.
As sementes, também comestíveis, são utilizadas para diversos fins, bem como as folhas, em artesanato e ampla variedade de aplicações.
Até da medula do tronco se retira uma farinha comestível.
A planta é ainda ornamental.
Do buriti tudo se aproveita. Indígenas, caboclos e sertanejos consideram-na a árvore da vida. Silva et al. (2010) fazem um retrato importante do buriti em seu livro publicado pela Sociedade Brasileira de Fruticultura. Apesar de suas qualidades comprovadas, essa palmeira vem sendo dizimada pela exploração das áreas onde é nativa, alertam os citados autores. Também alertam para o crescente uso do buriti para alimentos funcionais, cosméticos, medicamentos, biocombustíveis, nanotecnologia e artesanato, fazendo com que a demanda pelo fruto aumente, o que, em compensação, deve representar um estímulo para seu cultivo em escala comercial.
Foto 1. Frutos típicos de buriti, com a casca tipo escamas (Foto: Dijalma Barbosa da Silva)
Foto 2. Sementes de buriti, mostrando o embrião amarelo, em corte (Foto: Dijalma Barbosa da Silva)
Foto 3. Produtos do buriti, doce, óleo e frutos (Foto: Dijalma Barbosa da Silva)
Foto 4. Fruto cortado de buriti, mostrando amêndoa (Foto: Dijalma Barbosa da Silva)
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas
VALOR NUTRICIONAL DO BURITI
O buriti é uma das principais fontes naturais de pró-vitamina A. Frutos avaliados no Piauí deram mais de 3.500 equivalentes de atividade de retinol, ou seja, entre 5 e 8 vezes maior do que a cenoura, conhecida pela sua alta capacidade de fornecimento dessa vitamina. A composição da polpa do buriti, segundo vários autores, é a seguinte – 115 a 145 kcal, proteína bruta – 2,1 a 3%; lipídios – de 8 a 14%; açúcares redutores – 4,4%; amido – 4,5%; fibras – 5,2 a 5,9%; e acidez – 1%.
Minerais – Os mais importantes são o cálcio, com 122 a 158 mg/100 g; o fósforo, com 15,7 a 44 mg; o ferro, com 0,6 a 5 mg; e o zinco, com 0,63 mg.
Vitaminas – Além da A, são importantes a vitamina C, com 21 a 56 mg; a B3, com 0,7 mg; e a B2, com 0,23 mg.
Há ainda de 9,5 a 142 mg de tanino.
Seu óleo é rico em ácidos graxos monoinsaturados, como o oleico, com 73%, maior do que o azeite de oliva. Outros ácidos são o palmítico, com 19,5%; o linoleico, com 2,3%; o linolênico, com 1,7%; e o esteárico, com 1,8%.
O total de ácidos saturados é de 21,3%.
O total de ácidos saturados é de 21,3%.
O rendimento médio de polpa é de cerca de 30% da massa do fruto.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
O buriti é a palmeira mais abundante do Brasil, destacando-se pela alta produtividade e multiplicidade de uso. A polpa alaranjada do fruto apresenta os maiores teores de carotenoides, provitamina A, do reino vegetal, constituindo-se em um valioso alimento funcional, ainda negligenciado. Estima-se que apenas um hectare de buriti possa suprir as necessidades diárias de vitamina A de aproximadamente 2.700 pessoas. O óleo de buriti – rico em ácidos graxos monoinsaturados, apresenta potencial de uso alimentício, farmacêutico, cosmético e industrial. Os teores de ácido graxo oleico são superiores aos encontrados no azeite de oliva. O óleo de buriti possui propriedade de absorção de radiações UV, podendo ser utilizado na fabricação de protetor solar e plástico parcialmente degradável. A maior utilização desta planta com base em práticas de manejo sustentado poderá ampliar a renda dos agricultores e melhorar as condições de saúde da população, principalmente se for incluído nos programas de merenda escolar.
DIJALMA BARBOSA DA SILVA, Pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.