Praga foi identificada em Roraima
A acerola (Malpighia emarginata), também conhecida como cereja-das-antilhas ou cereja-de-barbados, é uma fruta muito famosa pela quantidade de vitamina C, mas também tem outras vitaminas e minerais, como vitaminas A e B, ferro e cálcio, dentre outros.
Há indícios de que o cultivo, no Brasil, tenha começado entre 1940 e 1950, porém, a produção tomou força em torno de 1990. Hoje já é possível encontrar pomares de Norte a Sul do país, com mais de 10 mil hectares cultivados e várias pragas atacam estas plantas, por exemplo, na Bahia, as principais espécies são: pulgão-verde-dos-citros (Aphis spiraecola), Crinocerus sanctus, cochonilha-ortezia (Orthezia praelonga), Bolbonata tuberculata, escama-marrom (Coccus hesperidium), mosca-do-mediterrâneo (Ceratitis capitata), moscas-das-frutas (Anastrepha spp.), saúvas (Atta spp.) e Anthonomus acerolae (este último presente também nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte).
O gênero Anthonomus já havia sido associado às plantas de acerola anteriormente, no México, foram registrados Anthonomus sisyphus, A. unipustulatus, A. caracasius, A. alboscutellatus atacando frutos e flores e causando prejuízos. Na Flórida, a espécie A. macromalus (= A. flavus) reduz o rendimento das plantas e, agora, uma nova associação foi descrita no Brasil, relacionada a A. tomentosus.
O bicudo-dos-frutos-da-acerola (A. tomentosus) já havia sido relatado anteriormente na Venezuela e em Trinidade e estudado a partir de coletas realizadas nestes países; este é o primeiro registro da espécie no Brasil, localizado em plantações de acerola. As amostras brasileiras foram coletadas nos municípios de Boa Vista, Mucajaí, Pacaraima e Normandia, no estado de Roraima.
Os danos observados nas acerolas foram causados pelas larvas do bicudo que atacam frutos não maduros, parcialmente maduros e maduros, gerando perdas na qualidade e quantidade dos frutos. Porém, menos adultos emergiram de frutos sem deformação e não maduros em comparação com os demais.
O investimento no trabalho das fronteiras buscando impedir a entrada de produtos contendo pragas é fundamental para a segurança e a sanidade da agricultura no país. Monitore sua plantação com frequência e, caso encontre alguma praga desconhecida, comunique às autoridades para fazerem a identificação e tomarem as medidas necessárias de acordo com a legislação.
Para saber mais: Marsaro Júnior et al. (2017) Foto: Marsaro Júnior (2017)
Fonte: 01/02/2018 – DefesaVegetal.Net