Nome Científico: Dipteryx alata Vogel
Nomes populares: Baru, cumaru, cumbaru, barujo, coco-feijão, cumarurana, emburana-brava, feijão-coco, pau-cumaru, castanha-de-ferro.
Família Botânica: Fabaceae-Faboideae
Distribuição Geográfica e Habitat: É nativa do planalto central do Brasil, na região dos Cerrados do centro-oeste. Ocorre desde o Tocantins até Minas Gerais e São Paulo. Está ameaçada de extinção. Encontrada também na Bolívia.
Características Gerais: A árvore tem usualmente até 15 m de altura, podendo chegar a 25 m, sendo menor em algumas regiões, com 5 a 15 m. O tronco pode atingir 70 cm de diâmetro, possui a casca pardacenta e escamosa. A copa é densa e arredondada. As folhas são compostas, pinadas, alternas, imparipinadas, pecioladas, sem estípulas, com raque alada, folíolos em número de 7 a 12, alternos ou subpostos, subsésseis ou com peciólulo de 2 mm de comprimento; o limbo foliar mede em média de 4 a 13 cm de comprimento, por 2 a 6,5 cm de largura, oblongo. As flores surgem em florescimento intenso, usualmente de novembro a fevereiro de cada ano. Os frutos são legumes drupáceos, com 4 a 5 cm de comprimento e com peso médio de 29 g. Sua cor externa é marrom-clara, quando maduro, de forma ovoide, levemente compresso, com cálice persistente; o pericarpo (casca e polpa) lenhoso é comestível pelo gado e outros animais, mas seu valor calórico é baixo. A polpa protege uma semente única por fruto, de cor marrom-clara, com cerca de 2 a 2,5 cm de comprimento, elipsoide, brilhante, usualmente chamada de amêndoa. A frutificação ocorre a partir de janeiro, e a colheita dos frutos vai de julho até outubro. O fruto está maduro para ser colhido nos cerrados de agosto a outubro e, em São Paulo, do final do ano a janeiro. O barueiro é uma frutífera nativa dos cerrados, cujos frutos são consumidos pelos animais desse bioma, como os macacos, morcegos e roedores, bem como é coletado pelo homem e vendido nos mercados locais.
Usos: A semente é utilizada como tira-gosto, após assada ou torrada, salgada, ou como paçoquinha. É rica em carboidrato, proteínas, óleo e fibras. Também contém bom teor de vitaminas e sais minerais, além de aminoácidos e óleos graxos. As amêndoas (sementes) têm sabor agradável, sendo utilizadas na culinária regional como substituto da castanha de caju, amendoim, ou como cereal matinal. O licor da sua castanha tem ótima aceitação. Além de forrageira, pode ser usada como medicinal, e na indústria, como aromatizante e alimentícia, em razão de seu conteúdo de ácido oleico, que é lubrificante e cosmético. Pelo porte e beleza da planta pode ser usada em paisagismo, e sua madeira serve para estacas, mourões e na construção civil, pela sua elevada resistência e durabilidade.
Curiosidades: A dispersão é realizada por animais silvestres e pela avifauna.
Sementes já extraídas com fruto ao centro. (Foto: J.A. da Silva)
Fonte: DONADIO. L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas
VALOR NUTRICIONAL DO BARU
Os conteúdos de 100 g de sementes são, em média, os seguintes: proteína – 29,6 g; lipídios – 40,3 g; cinzas – 2,83 g; fibra total – 19 g, sendo 4,9 g de fibra solúvel; açúcares totais – 7,34 g; e amido – 1g.
A polpa ou a casca do fruto têm alto teor de fibras, proteínas e açúcares, amido e taninos. As sementes contêm inibidor de tripsina, que é inativado pela torração. O valor energético das sementes é alto, com cerca de 500 kcal/100 g, devido aos lipídios e proteínas.
Minerais – Os com maior nível são potássio, fósforo e magnésio, além do ferro, maior que o do buriti e jatobá: fósforo – 358 mg; potássio – 227 mg; cálcio – 140 mg; magnésio – 178 mg; ferro – 4,75 mg, zinco – 4,21 mg.
Vitaminas – vitamina E – 13,62 mg.
Óleo – O óleo, com ácidos linoleico e oleico, pelo seu alto grau de insaturação, semelhante ao de oliva, pode ser utilizado na culinária.
Aminoácidos – Os mais presentes na castanha do baru são leucina, prolina, ácido glutâmico, ácido aspártico e lisina.
Estudos das características químicas da amêndoa do baru deram: umidade – 3,99%; extrato etéreo – 33,28%; proteína – 26,25%; ácidos graxos – 22,92%; ácido mirístico – 0,03%; palmítico – 6,1%; margárico – 0,06%; esteárico – 5,27%.
Ácidos saturados (%): araquídico – 1,39; heneicosanóico – 0,09; behenico – 4,39; tricosanoico – 0,13; lignocérico – 5,42.
Ácidos graxos insaturados (%): total – 75,5%; oleico – 47; linoleico – 25; linolênico – 0,13; gadoleico – 2,71; erúcico – 0,05.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
O barueiro ocorre em toda a área contínua do cerrado brasileiro, frequentemente nos Cerradões e Matas Secas, mas eventualmente, também, na fitofisionomia Cerrado sentido restrito. A distribuição é esparsa nos estado de Tocantins, Goiás e Mato Grosso do Sul, enquanto, no Mato Grosso, concentra-se ao Sul e ao leste do estado e, em Minas Gerais, na porção central. A distribuição do barueiro deve ser ampliada no Brasil, pois sua ocorrência foi observada nos Cerradões mesotróficos e Matas Secas em São Paulo e no Triângulo Mineiro. Além do Brasil, essa fruteira pode ser encontrada também em países vizinhos, como o Paraguai, nas cercanias do complexo do Pantanal. Outras espécies desse gênero são encontradas na Amazônia, podendo chegar até a América Central.
RIBEIRO, J.F. et al., Jaboticabal: Funep, 2000
Na Seção QUE FRUTA É ESSA? do Boletim Frutícola Nº 36 do Todafruta – Data: 30/10/2015 – possuimos mais informações sobre o BARU – Editor: Luiz Carlos Donadio/ Coordenador: Carlos Ruggiero