Nome científico: Annona cherimola Mill x Annona squamosa L.
Nome popular: atemoia.
Família botânica: Annonaceae
Distribuição geográfica e habitat: é um híbrido resultante do cruzamento, realizado na África do Sul e em Israel, entre Annona squamosa e Annona cherimola. Tem ocorrência no Brasil e em outros países.
É uma planta de porte médio a baixo, precoce na entrada em produção, mesmo propagada por semente.
Folhas: são lanceoladas, com 10 a 20 cm de comprimento.
Flores: são hermafroditas, parecidas com as da fruta-do-conde, com 3 a 4 cm de comprimento e típicas das Anonáceas.
Frutos: pesam de 200 a 600 g, têm forma arredondada e são mais lisos externamente que os da fruta-do-conde; são verde-amarelados quando maduros, e a polpa é branca, com as sementes de cor marrom-escura. A polpa é doce, de sabor muito bom, não farinácea como na fruta-do-conde.
Clima e solo: Quanto ao clima, é considerada mais adaptada aos subtropicais e subtropical mais ameno, portanto intermediária à tropical fruta-do-conde. Sobrevive a temperaturas mínimas de 4 a 6°C, mas o ideal seria mínima média acima de 10°C. Adapta-se a vários tipos de solos, mas prefere os bem drenados.
É uma fruta típica de mesa, para consumo ao natural. Seu valor alimentar é alto para açúcares, mas o apelo e qualidade desta fruta devem-se ao seu aroma e sabor, dados pelos componentes ácidos orgânicos, lipídios, fenóis e constituintes voláteis, especialmente ésteres.
Foto 1. Ata, pinha ou fruta-do-conde à esquerda; atemoia, à direita. A atemoia é um híbrido da primeira com a cherimoia, todas anonáceas
Foto 2. Fruto cortado, mostrando polpa e sementes. (Foto: R. Kavati)
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas
Annona squamosa L. x A. cherimola Miller, Annonaceae, a atemoy a ou atemoia é hibrido de anonas, resultado do cruzamento entre a mais conhecida, a fruta do conde (pinha ou ata) e a cherimoya. Passou a fazer parte do mercado de fruta fresca há pouco tempo, mas já ganhou boa reputação, pela qualidade de seus frutos, herdada de seus pais. Tem frutos cordiformes, casca rugosa e pontiaguda, que pesam entre 200 e 600 g, de formas variadas. Esse fruto é composto por frutilhos, tem muitas variedades, todas originadas de cruzamentos feitos pelo homem. As variedades mais comuns no mercado brasileiro são a Gefner, Page, African Pride, Thompson e PR. No estado de São Paulo, a variedade Gefner ainda é a mais produzida e comercializada, seguida pela Thompson. Na primeira década após o ano 2000, foram comercializadas de 300 a 500 mil caixetas de 3,7 kg por ano. Sua produção e comercialização é no meio do ano, de abril a agosto, com oferta muito fraca de novembro a fevereiro. A oferta da fruta-do-conde vai de janeiro a maio, com maior oferta de janeiro a março, antes portanto da atemoia.
O seu consumo é ao natural, pelo excelente sabor de seus frutos, mas pode ser utilizada para suco, doces e sorvetes, mousse e mistura com outras frutas. Tem alto valor de açúcares é pouco ácida e seu aroma é atraente, mas o fruto deve ser colhido no ponto certo, pois se imaturo fica de baixa qualidade na pós-colheita. Seu sabor único é dado pelos seus componentes-ácidos, lipídeos, fenóis e constituintes voláteis, como os ésteres.
Minerais – cálcio (17-23 mg/100g), magnésio (25 mg/100g), fósforo (23 mg/100g), potássio (250-300 mg/100g) e ferro (0,3 mg/100g).
Vitaminas – C (10,1 mg/100g), niacina (0,8-1,58 mg/100g), tiamina ou B1 e tiamina ou B2 (0,7 a 0,9 mg/100g) e B3 (0,8 mg/100g).
O fruto tem sabor menos ácido, e a polpa branca é menos sólida do que a da fruta-do-conde, com menor número de sementes também. Como é comercializada após o período de produção da fruta-do-conde, já anteriormente muito conhecida e apreciada pelos consumidores, veio agregar à primeira na comercialização de anonáceas.
Um problema na sua comercialização que tem sido constatado é a colheita de frutos imaturos, pois o fruto passa de verde-claro brilhante para verde-amarelado claro quando maduro, o que dificulta o reconhecimento de quando está maduro. Se colhidos verdes, os frutos não amadurecem bem na pós-colheita e ficam com sabor e qualidade afetadas. Outro problema são os frutos mal formados. A atemoia é vendida em maior volume no CEAGESP, entre abril e agosto, com os meses de novembro a fevereiro com menor oferta.
Análises de fruto da variedade Gefner, feitas com frutos produzidos no Vale do São Francisco, deram os seguintes dados médios: peso – 212 g; diâmetro – 7,46 cm; altura – 9,95 cm; umidade – 71,5 %; sólidos solúveis totais – 18,7 (glicídios totais – 38,3); acidez total – 0,09%; fibras – mais de 4 g; proteínas – 1,3%; pectinas – 31,25%; rica em ferro – mais de 1 mg. Em razão do alto teor de glicídios, a atemoia pode ser utilizada para produção de bebidas e doces, como bombons.
A conservação do fruto foi avaliada na variedade PR-3 – Paraná, dando: acidez de 0,10 a 0.16 5% e sólidos solúveis totais de 16,5 a 23 ºBrix. A embalagem em filme plástico aumentou de 13 para 17 dias sua conservação. Outros dados médios são: 106 kcal, 1,55 g de proteínas, 0,5 g de gorduras, 24 g de carboidratos.
O preço da atemoya no varejo costuma ser superior ao da fruta-do-conde.
São frutos perecíveis, pela sua casca delicada, devendo ser comprados ainda firmes, mas sem manchas negras ou muito moles, o que indica terem passado de seu ponto de consumo. As variedades comercializadas têm, em média, de 50 a 60% de polpa, 30 a 40% de casca e 5 a 10% de sementes, estas em menor número do que na a fruta-do-conde, com maior porcentagem de polpa. A embalagem deve ser em caixeta com uma camada de frutos.
A atemoia como qualquer outra fruta é colhida da planta em um determinado estágio de desenvolvimento, que é denominado ponto de colheita, que se caracteriza pela mudança gradual da cor da casca. Neste período, que pode durar de 5 a 7 dias, a fruta já é considerada fisiologicamente madura, no entanto, imprópria ainda para o consumo. Esta fruta deve ser consumida quando se torna macia ao tato, em um período que chamaremos de ponto de consumo.
Após a aquisição, com a fruta ainda dura ao contacto, deve ser mantida a temperatura ambiente até atingir o ponto de consumo. Só deve ser levada à geladeira após se tornar macia ao tato. Isto porque a temperatura média das geladeiras caseiras fica muito abaixo daquelas toleradas por este tipo de fruta, provocando a queimadura por frio, caracterizada pelo escurecimento e endurecimento da casca, e algumas vezes da polpa, tornando a fruta imprópria para o consumo.
RIOSUKE KAVATI. CATI, Campinas.