VARIEDADES DE MANGA
Autor: Luiz Carlos Donadio
Em outubro já começa a colheita de manga no Estado de São Paulo. Como há diversos tipos ou variedades, a época de colheita pode se estender até fevereiro, no ciclo normal, sem uso de produtos para antecipar ou retardar a colheita. Em Tietê (SP), temos algumas variedades, além das comuns no comércio, pois é um pomar caseiro. Além de Bourbon IAC, Palmer, Rosinha e Keitt, são cultivadas as variedades Brasil, Filipina, Coração-de-Tietê, Bhadauran e Parvin.
Brasil é uma das melhores do grupo citado, com forma arredondada-oval, de tamanho médio, cor amarela, quando madura, e de sabor doce-acido, muito bom. Produz no fim do mês de novembro até dezembro, produtiva, e com boa tolerância às principais doenças. Existe uma antiga variedade com o mesmo nome. Outra variedade de características semelhantes é a Carlota.
Filipina é uma manga de tamanho médio, alongada e forma de S, com muito bom sabor, sem fibras, precoce, já começa a cair do pé em novembro. Fruto amarelo, quando maduro, polpa sem fibras e semente pequena.
Parvin é uma manga americana, introduzida pela Unesp de Jaboticabal, de ótimo sabor, produz na meia estação a tardia, de cor avermelhada a roxa, quando madura, de tamanho médio a grande, forma alongada. Em Tietê é colhida no fim de dezembro a janeiro.
Coração-de-Tietê é uma variedade local, obtida de um antigo pé no sitio Marson, e multiplicada por enxertia. Fruto cordiforme, cor esverdeada a amarela, quando maduro, de tamanho médio. Precoce a meia estação. Bom sabor.
Bhadauran é uma manga do sítio Manga Rosa, de Bonfim Paulista, de origem indiana, obtida como resistente à doença malformação. Fruto de tamanho grande, com cor esverdeada a roxa, meia estação, de média produção e sabor mediano. Utilizamos essa manga para fazer chutney, um produto muito antigo da India, com vários temperos e ótimo para comer com carnes.
Com os nove tipos de manga cultivas no sítio, a produção de manga vai do fim de outubro ao início de fevereiro, embora as tardias tenham problemas de ataque de mosca-das-frutas, difícil de controlar pelo tamanho dos pés. Outras combinações de variedades podem ser feitas, para produção durante toda a época usual de colheita em São Paulo. Para pomares domésticos podem ser utilizadas variedades de boa qualidade, mas sem a cor chamativa de algumas das mais comerciais, variando também o sabor, muito comum conforme o tipo de manga.
No livro Variedades Brasileiras de Manga, que organizamos em 1996, em coautoria com Francisco Ricard Ferreira, Nilberto Bernardo Soares e Ivan José Ribeiro, com prefácio do Professor Emérito da Unesp, Carlos Ruggiero, são citados dados para 54 variedades de origem no Brasil.
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