Nome científico: Schinus terebinthifolius
Nomes populares: aroeira, aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira, poivre-rose (em francês), aguaraíba, aroeira-branca, aroeira-da-praia, aroeira-do-brejo, aroeira-do-campo, aroeira-do-paraná, aroeira-mansa, aroeira-negra, aroeira-precoce, aroerinha-do-iguapé, bálsamo, cambuí, fruto-do-sabiá.
Família botânica: Anacardiaceae
Características gerais: árvore nativa da América do Sul, ocorrendo em boa parte da América Latina. No Brasil, ocorre do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, em várias formações vegetais, sendo mais comum em beiras de rios. É uma árvore de porte médio, dioica, encorpada, de copa densa e bem distribuída, com altura entre 5 e 10 metros, com tronco revestido de casca grossa e diâmetro médio entre 30 e 60 cm. Folhas: compostas, aromáticas. Flores: pequenas em panículas. Frutos: tipo drupa, cor vermelho-brilhante, aromático e adocicado. Reproduz-se por sementes ou por estacas. A espécie é generalista quanto aos polinizadores, possuindo uma vasta gama de vetores de pólen, sendo em geral polinizada efetivamente por algumas espécies de abelhas e vespas e potencialmente por diversos outros insetos.
Vespa Mischocyttarus rotundicollis transportando grãos de pólen de aroeira-vermelha (FOTO: Rafael Barbizan Sühs – obra de sua autoria: CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=15600026)
Fonte: Wikipedia
(FONTE: site http://www.plantasquecuram.com.br/)
Devido ao alto teor de tanino, é empregada nos curtumes para curtir peles e couros. As folhas maduras passam por forrageiras. No Peru, a aroeira é utilizada após fermentação para se fazer vinagre e bebida alcoólica por uma companhia que criou uma outra patente em 1997 para um preparado similar usado para limpeza de pele e de ação bactericida.
Indicações: As cascas e folhas secas da aroeira são utilizadas contra febres, problemas do trato urinário, contra cistites, uretrites, diarreia, blenorragia , tosse e bronquite, problemas menstruais com excesso de sangramento, gripes e inflamações em geral. Sua resina é indicada para o tratamento de reumatismo e ínguas, além de servir como purgativo e combater doenças respiratórias. Emprega-se também contra a Blenorragia , bronquites, orquites crônicas e doenças das vias urinárias. Seu óleo resina é usado externamente como cicatrizante e para dor de dente. A resina amarelo clara (a qual endurece ao ar tornando-se azulada e depois pardacenta), proveniente das lesões das cascas, é medicamento de larga aplicação entre os sertanejos, como tônico, nos casos em que usam cascas.
A planta inteira é utilizada externamente como antisséptico no caso de fraturas e feridas expostas. O óleo essencial é o principal responsável por várias atividades desta planta, especialmente à ação antimicrobiana contra vários tipos de bactérias e fungos e contra vírus de plantas, bem como atividade repelente contra a mosca doméstica. Este óleo essencial, rico em monoterpenos, é indicado para distúrbios respiratórios. É eficaz em micoses, candidíases (uso local) e alguns tipos de câncer (carcinoma, sarcoma,etc.) e como antiviral e bactericida. Possui ação regeneradora dos tecidos e é útil em escaras, queimaduras e problemas de pele. Externamente, o óleo essencial da aroeira brasileira utilizado na forma de loções, géis ou sabonetes, é indicado para limpeza de pele, coceiras, espinhas (acne), manchas, desinfecção de ferimentos, micoses e para banho.
Em muitos estudos in vitro, extratos da folha da aroeira brasileira demonstram ação antiviral contra vírus de plantas e apresentam ser citotóxicos para 9 tipos de câncer das células. Em banhos é utilizado o decocto da casca de aroeira para combater úlceras malignas.
História: em outros tempos, a aroeira foi utilizada pelos jesuítas que, com sua resina, preparavam o ” Bálsamo das Missões “, famoso no Brasil e no exterior, graças a uma resina aromática, conhecida como mastique. No Brasil o nome aroeira vem da expressão árvore de arara. Considerada sagrada pelos incas, os sacerdotes utilizavam suas cascas para fins medicinais. Também era utilizada peles nativos sul americanos para produzir uma tinta amarela.
Princípios ativos: óleo essencial rico em mono e sesquiterpenos, taninos, resinas, alcaloides, flavonoides, saponinas esteroidais, esteroides, triterpenos, cis-sabinol, p-cimeno, limoneno, simiarinol, alfa e beta pineno, delta-caroteno, alfa e beta-felandeno e terechutona.
Modos de uso:
Gota, reumatismo e ciática: em forma de banho, ferver 26 g de cascas de aroeira em um litro de água. Tomar, diariamente, um banho de 15 minutos, tão quente quanto possível.
Cervicite e cervicovaginites: um ensaio clínico feito com extrato aquoso das cascas de Schinus terebinthifolius na concentração de 10%, aplicado na forma de compressas intravaginais em 100 mulheres portadoras de cervicite e cervicovaginites, promoveu 100% de cura num período de uma a três semanas de tratamento.
Hemorroidas inflamadas, gengivas inflamadas: cozinhar, em 1 litro de água, 100 g da entrecasca limpa e seca da Schinus terebinthifolius quebrada em pedaços pequenos.
Azia e gastrite: utilizar os frutos cozidos duas vezes, cada vez com meio litro de água. Beber em doses de 30 ml duas vezes ao dia.
Dica culinária: a pequena semente do fruto da aroeira vermelha, redondinha e lustrosa, inscreve-se entre as muitas especiarias existentes e que são utilizadas essencialmente para acrescentar sabor e refinamento aos pratos da culinária universal. O sabor suave e levemente apimentado da aroeira vermelha, bem como sua bonita aparência, de uso decorativo, permite o seu emprego em variadas preparações, podendo ser utilizada na forma de grãos inteiros ou moídos. No entanto, a aroeira é especialmente apropriada para a confecção de molhos que acompanham as carnes brancas, de aves e peixes, por não abafar o seu gosto sutil. Introduzida na cozinha europeia, com o nome de poivre rose (pimenta rosa), a aroeira vermelha acrescentou um gostinho tropical à nouvelle cuisine.
Toxicologia: em todas as partes da planta foi identificada a presença pequena de alquil-fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis. Sentar-se à sombra desta aroeira implica grandes riscos, pelos efeitos perniciosos que pode provocar. As partículas que se desprendem de sua seiva e madeira seca podem causar uma afecção cutânea parecida com a urticária, edemas, febre e distúrbios visuais. O uso das preparações de aroeira deve ser revestido de cautela por causa da possibilidade de reações alérgicas na pele e mucosas. Caso isto aconteça, suspenda o tratamento e procure o médico o mais cedo possível.
Posologia: adultos: 10 a 20 ml de tintura divididos em 2 ou 3 doses diárias, diluídos em água; 2 g de erva seca (1 colher de sopa) de cascas em decocção até 3 vezes ao dia, com intervalos menores que 12 horas, tanto para uso interno quanto externo, para compressas e banhos.
Farmacologia: devido à concentração de ácido gálico, deduz-se que seus efeitos antimicrobianos, adstringentes e anti-inflamatórios sejam efetivos. Mas não há provas clínicas suficientes. É uma das 89 plantas da RESINUS e uma das 66 plantas do anexo RDC ANVISA n. 10/2010. Devido a suas propriedades medicinais, foi incluída na primeira edição da Farmacopeia Brasileira de 1929.