Nome científico: Malpighia emarginata Sesse & Moc. ex DC.
Nome popular: acerola
Família botânica: Malpighiaceae
Origem: é nativa das Antilhas, América Central e Norte da América do Sul, cultivada em escala comercial em Porto Rico, Havaí, Jamaica e Brasil.
Planta: a aceroleira é uma arvoreta perene de 2 a 4 m de altura e bastante ramificada. Planta rústica e de fácil cultivo. Por seu pequeno porte, pode ser cultivada em pequenos espaços, no quintal e até mesmo num jardim amplo. Atualmente, vem ganhando cada vez mais destaque em seu cultivo como bonsai. Com sua copa densa e brilhante, a aceroleira fica ainda mais bonita quando está florida ou repleta de frutinhos.
Folhas: são pequenas, verde-escuras, brilhantes e ovaladas.
Flores: são brancas ou variam em tons de rosa e violeta. Apresentam os dois sexos na mesma flor e são autoférteis, por isso ocorre a frutificação, mesmo havendo apenas uma planta.
Frutos: do tipo drupa, arredondado, liso, com 3 lóbulos, podendo variar tanto no tamanho e no sabor, como na coloração (vermelha, roxa ou amarela); possuem polpa suculenta, acidulada e rica em vitamina C; contém de 3 a 4 sementes, rugosas. Uma característica dos frutos da acerola é que, quando maduros, caem com muita facilidade.
Desenvolve-se bem em clima tropical e subtropical, sendo resistente a temperaturas próximas a 0ºC. A temperatura média anual em torno de 25 ºC é ideal para seu cultivo. Um regime pluviométrico entre 1.300 a 1.500 mm anuais bem distribuídos proporciona uma maior produção de frutos com boa qualidade. Os solos mais indicados para a acerola são os de textura argilo-arenosa, profundos e bem drenados.
Pode ser consumida tanto in natura ou industrializada, na forma de sucos, sorvetes, geleias, xaropes, licores, doces em calda e cápsulas de vitamina C. Ganhou grande importância quando, nos anos 1940, foi descoberto seu alto teor de vitamina C. Atualmente, destaca-se por seu reconhecido valor nutricional, principalmente como fonte de vitaminas A, do complexo B (tiamina, riboflavina e niacina) e C, ferro e cálcio.
A ingestão de duas a quatro acerolas por dia é capaz de suprir as necessidades diárias de vitamina C de um adulto. Seu teor dessa vitamina pode variar de 1.000 a 4.000 mg para cada 100 g de polpa. Para se ter uma ideia do que isso representa, basta lembrar que a necessidade diária de vitamina C para a maioria das pessoas com idade igual ou superior a 15 anos é de 60 mg por dia.
A área cultivada no Brasil é estimada em cerca de 10.000 ha, com destaque para os estados da Bahia, do Ceará, da Paraíba e de Pernambuco, que juntos detêm 60% da produção nacional. Registros do CEAGESP de São Paulo indicam que a acerola é uma das mais importantes frutas comercializadas nessa central, além das já tradicionais.
Malpighia emarginata D.C. Malpighiaceae, a acerola, também chamada de cereja-das-antilhas, “barbados cherry” ou outros nomes associados à cereja, em outras línguas, é originária das Ilhas do Caribe, da América Central e do norte da América do Sul. Sua introdução no Brasil ocorreu em meados da década de 1950, mas a planta só se tornou mais conhecida a partir da década de 1980, quando suas qualidades como fonte de vitamina C foram difundidas.
Na década de 1980, a empresa Dierberger publicou o livro “Acerola – a cereja tropical” e, na década seguinte, a ESALQ/USP publicou, pela Fundação Cargill, o livro “Acerola” (ARAUJO e MINAMI, 1994). Hoje, é muito cultivada em pomares domésticos e tem alguma importância econômica em plantios comerciais, para produção de frutos utilizados na indústria alimentícia e como suco ou congelado. Os estados brasileiros maiores produtores são Pernambuco, Paraíba, Bahia, Ceará, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte.
O fruto da acerola é uma drupa carnosa, pequeno, ovoide ou subgloboso, com 2 a 10 g, de cor vermelho-alaranjada, ou escuro vivo, quando maduro, com três sementes e suco avermelhado, com até 80% de suco. O fruto amadurece rápido, entre 20 e 30 dias após o florescimento, com várias floradas ao ano. Há variedades mais doces, outras mais ácidas.
No Brasil, foram selecionadas muitas variedades. Como o teor de ácido ascórbico diminui com a maturação do fruto, é indicada a colheita no estágio entremaduro ou “de vez”, no início da coloração amarela. Porém, o fruto maduro pode ser colhido, se for utilizado em processos caseiros para extração de suco, pois o sabor é melhor, com menor acidez, embora esta varie pouco. Nesse estágio, é comum a perda de qualidade, com mudança de sabor, aroma e textura, sendo que se deve, após a colheita, utilizar rápido a fruta, ou congelá-la para uso posterior.
O fruto de acerola é climatérico, a colheita pode ser programada para estender seu tempo de vida pós-colheita, devendo ser conservado a temperatura de 8o C e 85 a 90% de umidade. O suco pasteurizado pode ser armazenado, mas é preciso considerar que há sempre alguma perda do teor de ácido ascórbico após a colheita e o processamento. A conservação simples com filme plástico e temperatura pode fazer com que os frutos durem por até uma semana.
Em 100 g de polpa do fruto de acerola, há em média 33 kcal, 0,6 a 0,9 a 1,8 g de proteínas, 0,1 a 0,2 g de lipídios, 6 a 8 g de carboidratos, e 1,5 g de fibras.
Minerais – os mais comuns são: cálcio, com 8-12 mg; magnésio, com 13-18 mg; fósforo, com 11 mg; e potássio, com 146-165 mg.
Vitaminas – as mais importantes, além da vitamina C, são: B2, com 0,04 mg; B3, com 1,38 mg, e A, com 408 UI. O nível de vitamina C, ou ácido ascórbico, pode variar muito, entre 900 e 2.500 mg/100 g de polpa, conforme o tipo ou variedade.
A acerola é ofertada no mercado CEAGESP de São Paulo entre outubro e maio, mas o mais comum é o comércio de polpa congelada, muito utilizada em casas de suco.
Normalmente, a acerola não é uma fruta muito atrativa para consumo ao natural, uma vez que geralmente apresenta sabor ácido e adstringente, além de ser delicada e deteriorar-se rapidamente. Entretanto, o consumo da acerola como fruta fresca pode ser estimulado a partir da disponibilidade de frutos de variedades de polpa firme, mais doces e/ou menos ácidas, como as variedades Cabocla e Rubra, desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, e a variedade Florida Sweet, selecionada na Flórida.
Há uma crescente demanda da indústria farmacêutica para a utilização de frutos verdes de acerola como matéria-prima para extração de ácido ascórbico, pois apresentam teores mais elevados do que a fruta madura e também porque o consumidor prefere o produto oriundo de fontes naturais ao sintético. Mediante as técnicas de atomização ou liofilização, a fruta verde é transformada em pó, que pode ser usado como ingrediente nas indústrias farmacêutica e alimentícia, adicionado a sucos naturais ou a massas pré-prontas para bolos e doces. O pó também pode ser colocado em cápsulas de gelatina para consumo direto.
Foto 1. Aceroleira com boa produção e frutos no ponto de colheita, maduros, vermelhos
Foto 2. Frutos verdes ainda, mudando de cor, pouco antes do ponto de colheita. Note-se a presença de flores, que originam outra safra (Foto: R. Ritzinger)
Foto 3. Frutos verdes e maduros na planta (Foto: R. Ritzinger)
Foto 4. Frutos maduros no ponto de colheita (Foto: R. Ritzinger)
A acerola é considerada uma excelente fonte de vitamina C (ácido ascórbico), sendo que, em frutos maduros, os teores normalmente situam-se entre 1.000 e 2.000 mg de ácido ascórbico/100g de polpa, a depender da cultivar e das condições climáticas da região de cultivo. Além disso, as variedades de aceroleira que produzem frutos de coloração vermelha ou roxa são ricos em antocianinas, pigmento de coloração vermelha presente na casca da fruta, e que, a exemplo da vitamina C, tem função antioxidante no organismo humano. A acerola é também uma fonte razoável de pró-vitamina A e contém vitaminas do complexo B, como tiamina (B1), riboflavina (B2) e niacina (B3), e minerais como cálcio, ferro e fósforo, embora os teores destes sejam baixos. Apresenta alto rendimento de polpa e possui inúmeros usos, com elevado potencial para produtos processados e indústria farmacêutica. A polpa pasteurizada congelada e o suco pasteurizado são os principais produtos derivados da fruta explorados comercialmente. O fato de ser um alimento de baixo valor calórico, comparado com sucos de outras frutas, tem valorizado o produto no mercado e provocado aumento de consumo. Em menor escala, a acerola é também utilizada na fabricação de produtos como néctares, geleias, produtos liofilizados, conservas, licores, vinhos, sorvetes, xaropes, balas e adicionada a sucos de outras frutas (blends) para enriquecimento com vitamina C .
Fonte: Dr. ROGÉRIO RITZINGER, CNPMF/Embrapa.