Nome científico: Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC.
Nomes populares: jaracatiá, mamão-de-veado, mamão-do-mato, mamãozinho, barrigudo,mamão-branco, mamoeiro-de-epinho, chamburu, barriga.
Família botânica: Caricaceae
Distribuição geográfica e habitat: originária do Brasil, onde ocorre em vários Estados, em diversas formações florestais, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, mas também nos estados do Pará e Maranhão, especialmente na Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e na Restinga.
Características gerais: árvore lactescente, dioica, geralmente decídua, de tronco reto, cônico-alongado, aculeado, com altura variável de 8 a 20 m e com diâmetro de tronco entre 60 a 90 cm. Planta é apícola e forrageira. Folhas: alternas, com 5 a a 12 folíolos glabros e de forma palmatilobada, digitada, longo-peciolada e de tamanho grande. Flores: são branco-amareladas, aromáticas. Frutos: é uma baga alongada, oval ou obovada, com 10 cm de comprimento e 3 a 5 cm de largura e de cor amarelo-forte a alaranjada quando maduro, com sulcos longitudinais pouco acentuados, com suco leitoso e muitas sementes. Raízes: no Pantanal, as raízes, pela reserva de água, são procuradas por animais e pelo homem na época da estiagem. É classificada como pioneira a secundária tardia.
Clima e solo: encontrada em altitudes variando de 20 m, no Pará, a 1.100 m no Estado do Rio de Janeiro. Pode ser encontrada em temperaturas entre 13,5 a 27,0 °C, com chuvas nulas a pequenas. O regime de precipitação pluvial média anual pode ocorrer desde 1.000 mm, em Minas Gerais, nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a 3.000 mm no Rio de Janeiro. Tolera geadas. Aprecia terrenos porosos e ricos em matéria orgânica. Ocorre em áreas de matas altas de terra firme.
Usos: a planta é apícola e forrageira, no Pantanal, as suas raízes, pela reserva de água, são procuradas por animais e pelo homem na época da estiagem. Os frutos tem polpa amarelo alaranjada, lembram o sabor do maracujá e da manga, contem látex que queima a língua e os lábios de algumas pessoas sensíveis. Por isso colha os frutos totalmente amarelos e deixe-os chegar por 1 semana, assim o efeito cáustico acaba. Por produzir muitos frutos, é importante nas cadeias tróficas. Pode ser usada no paisagismo devido ao seu tronco diferenciado e na recuperação de áreas degradadas por ser de rápido crescimento. A madeira do tronco é mole, leve e de baixa durabilidade, não sendo usada como madeira e sim, para fazer um doce típico, cozido ou assado, de seu lenho ou medula esponjosa e esbranquiçada, o que provocou a eliminação de muitas plantas. Medicinal: o leite dos frutos verdes é usado no combate à opilação. O uso diário dos frutos maduros é anti-helmíntico.
Curiosidades: é polinizada principalmente por mariposas, borboletas e beija-flores. A dispersão geralmente á autocórica do tipo barocórica. Existem relatos de que a dispersão pode ocorrer por zoocoria, no entanto, a dispersão por aves e outros animais é difícil, possivelmente pelo sabor cáustico dos frutos. Jaracatia, vem do Tupi-guarani, iaracatia, que significa “árvore semelhante ao mamoeiro” ou “fruta da árvore do talo ou tronco mole”, e o epíteto específico spinosa refere-se aos acúleos no caule.
Outras informações: O primeiro relato sobre jacaratiá foi feito pelo colonizador português Gabriel Soares de Souza em 1957, no Tratado descritivo do Brasil. Em 1950 foi publicada a composição química do fruto, indicando que eram próprios para se fazer compotas, passas e licores. Em São Pedro, SP, a colônia italiana transformou o fruto do jaracatiá em matéria prima para um delicioso doce caseiro, chamado de “tâmara de jaracatiá”. Essas e outras informações encontram-se no livro publicado pela Funep e Associação Brasileira de Frutas Raras, em 2012, de autoria de Simone Rodrigues da Silva, Marcel Bellato Spósito e Evanilda Teresinha Perissinotto Prospero.