Um novo manejo na uva Niágara está permitindo até três safras no interior de São Paulo. O sistema foi criado pelo mesmo produtor que criou a poda fora de época da uva, há mais de 40 anos, e funciona através de uma poda contínua. Ele permite que, numa mesma planta e ao mesmo tempo, haja dois estágios da fruta, colhidas em períodos diferentes.
– Já tendo a primeira camada pronta de poda embaixo, se fazia uma poda no segundo andar, onde viesse uma produção continua e acontecesse em dois estágios. Em cima e embaixo. Sendo que a diferença entre uma e outra seria dois meses. Como a gente tem agora. Vai sair uma em janeiro e outra no mês de março – diz o produtor rural, Roberto Losqui.
O sistema é diferente da poda dupla, pois não espera acabar a safra para começar o manejo. A poda contínua é feita com a fruta ainda no pé, permitindo mais agilidade na colheita e ganho de tempo. Segundo Losqui, o trabalho requer cuidados especiais e o primeiro deles é o trato com o solo.
– Primeiro é preciso reconstruir o solo, onde a planta tenha condição de saúde. Segunda situação: o clima, a poda tem um momento certo. Se ultrapassar dois ou três dias da poda, ela já não vai brotar direito. É preciso ter um conhecimento técnico da videira. Não dá pra fazer de qualquer jeito – salienta o produtor.
A poda contínua começou a ser testada há cerca de cinco anos, mas só agora que está sendo feita em grande escala na propriedade de Losqui, em Jundiaí, interior de São Paulo. Com o sistema, o produtor está apostando no período de entresafra para conseguir preços melhores pela fruta.
– Ela sai numa época onde tem pouca produção de uva Niágara. Se tem uma janela onde o preço dela é muito bom. E também esse sistema permite que você tenha produção três vezes por ano. Agora em janeiro, depois dois meses, no final de fevereiro e no final do ano se poda novamente essa uva. É muito interessante economicamente – conclui o produtor.