A colheita para a safra 2024/25 de maçã no Sul do país começa com tom otimista após um último ano difícil. A Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM) estima que a produção atinja 915 mil toneladas, um aumento de aproximadamente 10% em relação ao ciclo anterior.
Brasil deve produzir 915 mil toneladas de maçã em 2024/25 — Foto: Wenderson Araújo / CNA
O diretor executivo da ABPM, Moisés de Albuquerque, explica que a alta representa uma retomada após 2024 registrar a pior colheita desde 2016 em razão das chuvas excessivas ocorridas ao final de 2023 e em maio de 2024.
Fonte: Globo Rural – Por Gabriella Weiss – — São Paulo –
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No Sul de Minas, tradicionalmente conhecido pela produção de café, uma nova cultura está ganhando espaço. A maçã, geralmente encontrada nas regiões mais frias do país, agora faz parte de um projeto da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) para diversificar a produção agrícola e garantir renda aos agricultores. Com resultados animadores, os produtores participantes finalizaram a colheita da primeira safra, que somou 30 toneladas da fruta.
A iniciativa abrangeu municípios como Alfenas, Guaxupé, Monte Santo de Minas, Guaranésia e Aerado, promovendo a compra conjunta de mudas e garantindo assistência técnica aos agricultores, desde a escolha da área de plantio até o manejo das árvores. Segundo Kleso Franco Júnior, coordenador técnico da Emater-MG e responsável pelo projeto, as variedades cultivadas – Eva e Princesa – foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e escolhidas por sua adaptabilidade ao clima local, com inverno menos rigoroso que o de regiões tradicionalmente produtoras de maçã no sul do Brasil.
“A produção de maçã exige dedicação e acompanhamento técnico. No primeiro ano de colheita, algumas plantas chegaram a produzir 15 quilos de frutos por pé, o que é muito significativo para uma cultura ainda em fase de teste nas propriedades dos agricultores”, explica Kleso Franco.
Ao todo, foram plantados 1,5 mil pés de maçã em uma área de aproximadamente dois hectares. Em Alfenas e Guaxupé, as duas propriedades participantes do projeto de plantio da fruta também servem de Unidades Demonstrativas, recebendo visitas de outros produtores da região interessados em conhecer a cultura e suas técnicas de manejo.
O projeto busca abastecer o mercado regional, com o fornecimento de frutas frescas. A produção inicial também aponta potencial para atender programas institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que cria oportunidade de venda de produtos da agricultura familiar para as escolas públicas.
“A área que tenho é pequena para o plantio de milho e soja. E também muito sujeita a geadas, o que não é bom para o café. Então estou fazendo estes testes. Estou gostando da experiência com a maçã, ainda é um aprendizado”, afirma.
Ele conta que a primeira colheita de maçã rendeu 170 quilos da fruta, vendida para um feirante do município. A ideia é fazer os cálculos, avaliar custos e, provavelmente, aumentar o plantio na próxima safra.
Outro destaque do projeto foi a parceria com a prefeitura de Areado, que forneceu mudas e insumos para 20 produtores em 2023. Com o sucesso inicial, a expectativa é ampliar o alcance em 2025, beneficiando outros 20 agricultores e expandindo a área plantada.
“Lá não ficamos focados somente na maçã. Também está sendo incentivado o plantio de goiaba, maracujá, citros, banana e outras frutas”, explica Kleso Franco.