Nome científico: Pouteria campechiana (Kunth) Baehni

Nomes populares: canistel, fruta-ovo (eggfruit, em inglês), gema-de-ovo, sapota-amarela.

Família botânica: Sapotaceae

Características gerais do canistel

Tem sua origem nas terras baixas da América Central (Sudeste do México, Belize, Guatemala e El Salvador). Foi muito cultivado pelos maias, que o nomearam como “kanisté”.

A planta é altamente adaptável a diferentes condições edafoclimáticas, o que proporcionou sua introdução em várias regiões da América e da Ásia. É cultivada com sucesso nos Estados Unidos (Flórida e Havaí), nas Filipinas, na Costa Rica, no Panamá, na Jamaica, nas Bahamas e em Cuba.

A introdução desta frutífera no Brasil ocorreu em 1986, pela UNESP/Jaboticabal, por sementes trazidas da Flórida pelo professor Luiz Carlos Donadio, um dos fundadores do portal TodaFruta.

O fruto tem tamanho e forma muito variáveis, oval, ovoide ou alongado, podendo ou não apresentar ápice pontiagudo ou curvado. As dimensões variam de 7,5 a 12,5 cm de comprimento e 5,0 a 7,5 cm de largura. A coloração da casca do fruto maduro pode variar de um amarelo-claro, amarelo-dourado a amarelo-alaranjado. A polpa tem a coloração amarela muito intensa, pouco pegajosa e macia. Seu sabor é adocicado, mais ou menos almiscarado, lembrando muito o sabor de batata-doce assada. A colheita pode ser feita com o fruto firme, de coloração amarela, que amadurece em dois ou três dias. As sementes são escuras, de uma a quatro por fruto, perdendo seu poder germinativo rapidamente. Por isso, devem ser semeadas logo após sua extração dos frutos e germinam em até duas semanas. O tempo de duração da fruta na pós-colheita é pequeno.

Usos do canistel

O fruto pode ser consumido ao natural, batido com leite e na forma de sorvete, bolos ou tortas.

Na Flórida, EUA, é consumido como um prato parecido com “guacamole” (prato mexicano típico feito com abacate), no qual usam a fruta amassada com suco de limão, sal e pimenta, acompanhando outros pratos salgados.

Comparação de tamanho: canistel ao lado de manga

Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas.

VALOR NUTRICIONAL DO CANISTEL

O canistel é muito rico em carotenoides, sendo que o betacaroteno atinge valores parecidos com os da manga. Carotenoide é uma substância bioativa associada às propriedades funcionais dos alimentos, capaz de fornecer benefícios fisiológicos adicionais, tais como adiar o estabelecimento de doenças crônico-degenerativas (COSTA et al., 2010).

O valor nutricional em 100 g de polpa de canistel é: 138,8 kcal; 60,6 g de umidade; 1,68 g de proteínas; 0,13 g de gorduras; 36,7 g de carboidratos; 0,10 g de fibras; 0,90 g de cinzas; 26,5 mg de cálcio; 37,3 mg de fósforo; 0,92 mg de ferro; 0,32 mg de carotenos; 0,17 mg de tiamina; 0,01 mg de riboflavina; 3,72 mg de niacina; 58,1 mg de ácido ascórbico; 28 mg de triptofano; 13 mg de metionina; 84 mg de lisina; teor de sólidos solúveis de 12 °Brix; pH de 6,5.

Minerais – cálcio – 26,5 mg; fósforo – 37,3 mg; ferro – 0,92 mg.

Vitaminas – caroteno – 0,32 mg; B1 – 0,17 mg; ácido ascórbico – 58,1 mg; B2 – 0,01 mg; B3 – 3,72 mg.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Atualmente, há uma grande procura por alimentação rica em antioxidantes, que combatem os radicais livres. Estes são deletérios à saúde humana, pois aceleram o envelhecimento e estão relacionados ao acidente vascular cerebral, doença de Parkinson, catarata, aterosclerose, formação da placa de ateroma, entre outras doenças.

O canistel, entre 14 espécies estudadas, mostra alto poder antioxidante, destacando-se entre as três melhores frutas exóticas tropicais, apresentando, conforme COSTA et al., 2010:

• segundo melhor potencial de captura do DPPH (difernil-2-picril-2-hidrazina);
• sétimo melhor desempenho sobre ABTS + (ácido 2,2 – azino-di (3-etil benzotiazolina) – 6 sulfônico);
• melhor resultado na inibição do H₂O₂ (piróxido de hidrogênio);
• quarto melhor em inibição do HOCl (ácido hipocloroso);
• segundo melhor potencial antioxidante sobre o ânion superóxido O2^–.

ANTONIO BALDO GERALDO MARTINS*; RAFAEL ROVERI SABIÃO

*Prof. Dr. da FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP

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O canistel é uma frutífera nativa do México e muito comum em outros países da América  tropical,  no  Caribe, conhecido  com  fruta-ovo,  devido sua  alta  %  de  carotenos  e  cor  amarela   forte, é da  espécie Pouteria  campechiana,  família  Sapotácea, que  adaptou-se  bem  no Brasil,  no  sudeste, em São Paulo, onde  foi  introduzida  pela  Unesp  em  meados  da  década  de  1980.  Já tem várias seleções feitas pela mesma universidade citada, e tem sido plantada e comercializada. Adapta-se também a clima subtropical de altitude, com chuvas frequentes. A  planta é perene,  de  porte médio  a grande, o  primeiro  em plantas  enxertadas, com  até  5 a  6  m  de  altura, com  copa compacta e colunar  com  ramos  longos,  folhas simples, verdes, com  12  a  28  cm ,  conforme  o  tipo, pois  há  muita  variação  de  tamanho  e  formas,  até  o  afilado,  com  variação  na  forma e   tipo  de  fruto  também. As flores são solitárias, mas agrupadas nos ápices dos ramos, em 2 a 5 flores por ramo. São bissexuais, de cor creme. Em Tietê-SP as variedades Estação e Donadio, produzem uma safra boa em meados de julho a início de agosto, como mostra a foto. Os frutos mostrados têm em média 350 g, até mais de 500 g. Na Estação o fruto é de forma arredondada, com ponta no ápice, enquanto a outra citada tem forma arredondada-achatada, sem ponta. Ambas têm ótima qualidade, com alto teor de polpa, que é amarela-forte, pastosa, e com 1 a 4 sementes por fruto. Nos tipos não selecionados podem ocorrer outras formas e tamanhos de frutos. Todos têm um látex, típico também dos ramos quando destacados da planta. Além de rico em carotenoides, o canistel tem bom teor de carboidratos, fibras e sais minerais. Pode ser comido ao natural e é utilizado para se fazer sorvete, vitamina, como a do abacate e na culinária.