Pesquisadores da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) estão desenvolvendo estudos de multiplicação in vitro de mudas de banana marmelo. Iniciada em 2020, a pesquisa apresentou resultados positivos em menos de dois anos, com 100% de produtividade – das 76 mudas plantadas, todas elas produziram cachos.
O processo de multiplicação in vitro da banana marmelo, também chamado de cultura de tecidos, durou 9 meses e, em setembro de 2021, foi feito o plantio das mudas. Em março de 2022, as mudas já começaram a frutificar e os quatro primeiros cachos puderam ser colhidos no final de junho. O que mais chama a atenção é que todas as 76 plantas deram frutos, um fato incomum no cultivo de banana marmelo. Desde então, estão sendo colhidos em torno de 8 a 9 cachos por semana.
“O principal objetivo da cultura de tecidos é produzir um maior número de mudas num espaço de tempo menor, além de manter a característica genética da planta, limpá-la de microrganismos nocivos e conseguir ter uma produção de muda em grande escala”, explica Maurízia de Fátima Carneiro, pesquisadora responsável pelo cultivo in vitro da banana marmelo na Emater.
Em geral, a banana marmelo possui um tamanho menor do que as outras variedades de banana, com quinas bem marcadas, polpa de cor amarelo-claro e com um sabor mais adocicado. Nos cultivares colhidos pelos pesquisadores da Emater, é possível perceber que os frutos vieram com tamanho médio, três quinas bem marcadas e alta produtividade.
A banana marmelo não costuma ser consumida in natura e, normalmente, é servida frita e utilizada como matéria-prima para o doce de banana. Os produtores que adquirirem as mudas desenvolvidas pela Emater, terão acesso a um material de qualidade e totalmente limpo de doenças, o que possibilitará um aumento na sua rentabilidade, uma vez que, no estado de Goiás, ainda há um mercado sólido desta espécie.
Acessar mudas de banana marmelo permite aos produtores rurais diminuírem os riscos de disseminação de microrganismos nocivos em seus bananais, como o Mal-do-Panamá. “Se os produtores continuarem a formar os seus pomares com mudas tiradas do campo, eles estarão disseminando em grande escala doenças e pragas, correndo o risco de tornar o solo impróprio para plantios futuros”, afirma Maurízia.
Adquirir plantas que possuem certificação de origem e com uma melhor capacidade de reprodução pode ocasionar um aumento significativo na produção de banana marmelo em Goiás.
“COM ESSAS MUDAS, PODEMOS CRIAR UMA CADEIA PRODUTIVA E, A PARTIR DAÍ, A BANANA MARMELO PASSA A SE FAZER MAIS PRESENTE NO COMÉRCIO DO ESTADO”, EXPLICA JOSÉ RICARDO CAIXETA, PRESIDENTE DA EMATER.
Fonte: Agrolink
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SSA-SP) publicou nesta terça-feira (9) no Diário Oficial, a Resolução SAA nº 24, que estabelece a criação do Programa Estadual de Fitossanidade da Cultura da Banana, normas de adesão ao programa e medidas fitossanitárias para a cultura da banana. De acordo com a Resolução, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) ficará responsável pelo planejamento e coordenação das ações.
O programa prevê o cadastro de todas as unidades de produção comerciais de banana do Estado objetivando a redução da disseminação das pragas quarentenárias presentes (PQP); a prevenção da entrada de pragas ausentes; minimizar danos econômicos na cultura através de medidas de contingência de pragas ausentes e também, estabelecer protocolos e normas complementares visando garantir a rastreabilidade e a qualidade do produto final.
A partir da publicação, o cadastro de todas as unidades de produção passa a ser obrigatório dentro do sistema informatizado de gestão animal e vegetal (GEDAVE) e os produtores têm o prazo de 12 meses a contar da publicação, para efetuar a regularização.
A Defesa Agropecuária informa que a partir da resolução, os produtores devem eliminar folhas ou partes delas com sintomas de Sigatoka Negra, através de poda ou cirurgia, realizar a desinfestação de ferramentas, caixas plásticas e maquinários com produtos aprovados para este fim, adoção de sistema de previsão e monitoramento de pragas e origem comprovada das mudas para plantio.
“COM ESSA NORMA, DEFENDEMOS A SUSTENTABILIDADE FITOSSANITÁRIA DA CULTURA DA BANANA NO ESTADO DE SÃO PAULO, MAIOR PRODUTOR E CONSUMIDOR BRASILEIRO DA FRUTA, ALÉM DE DEFINIRMOS COM MAIS CLAREZA AS AÇÕES DE DEFESA SANITÁRIA VOLTADAS PARA A CULTURA”, EXPLICA ALEXANDRE PALOSCHI, ENGENHEIRO AGRÔNOMO E DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE DEFESA SANITÁRIA E INSPEÇÃO VEGETAL (DDSIV).
“A criação de um programa específico para a cultura da banana é um pedido antigo do setor representado pela ABAVAR e que a partir de agora, iniciará os trabalhos amparados na legislação”, continua.
Para o Dr. Wilson da Silva Morares, engenheiro agrônomo e coordenador das ações do levantamento do Foc R4T pela Superintendência Federal de Agricultura do Ministério da Agricultura e Pecuária (SFA/MAPA), a resolução vem ao encontro da necessidade em ter informações acerca dos produtores de banana em todo o Estado. “Precisamos desses cadastros para sabermos quem são, onde estão e como podemos ajudar os produtores a adotarem medidas fitossanitárias”, comenta.
“SÃO MEDIDAS PARA DIMINUIR A INCIDÊNCIA DE PRAGAS COMO A FUSARIOSE RAÇA 4, QUE AINDA NÃO CHEGOU, MAS TAMBÉM A RAÇA 1, QUE JÁ FEZ ESTRAGO NA CULTURA DA BANANA MAÇÃ E PODE FAZER NA NANICA, QUE HOJE É A COMMODITY DE EXPORTAÇÃO”, ACRESCENTA.
“A resolução vai nos ajudar de varias formas, pois a partir dela poderemos fazer a educação sanitária junto aos produtores”, comemora o Dr.
Fonte: *Felipe Nunes/saacomunica@sp.gov.br