(Maria da Fé – 3/2/2021) A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) auxilia produtores de azeitonas a identificar o momento ideal para colheita e produção de azeites. O trabalho de análise de maturação dos frutos é realizado no laboratório da empresa no Campo Experimental de Maria da Fé, município localizado no Sul de Minas Gerais e palco da primeira extração de azeite extravirgem do Brasil.
De acordo com o pesquisador da EPAMIG, Luiz Fernando de Oliveira, os trabalhos de análises para a safra de 2022 já estão sendo realizados desde o início do ano. O pesquisador, responsável por conduzir os trabalhos, explica que o resultado das análises informa os produtores a quantidade de azeite que determinadas azeitonas possuem no momento.
Por meio das análises, e com base em parâmetros estabelecidos para cada cultivar de azeitonas, o produtor é informado se já é hora de colher os frutos ou se é necessário esperar um pouco mais.
“Após o plantio, as oliveiras demoram cerca de quatro anos para começarem a produzir azeitonas. Então, determinar o ponto correto de colheita vai garantir que o produtor consiga resultados mais satisfatórios, tanto em quantidade de azeite extraído, quanto na qualidade final do produto”, explica Luiz Fernando de Oliveira.
As análises têm um custo, mas os resultados são preciosos para os produtores porque são sinônimos de lucratividade. Luiz Fernando explica, ainda, que os dados obtidos em laboratório são indicadores do quanto um produtor poderia deixar de lucrar caso a colheita de azeitonas para extração de azeite fosse feita em um momento precipitado.
“Se o produtor não colher suas azeitonas no momento correto, ele vai perder todo o trabalho realizado ao longo de anos, desde o plantio. Isso sem contar nos prejuízos no futuro, uma vez que os erros podem ser repetidos nas próximas safras. O produtor precisa se atentar para metodologias científicas que podem auxiliá-lo a tomar decisões corretas”, enfatiza o pesquisador.
O produtor de azeites e proprietário da marca Santa Clara, Marco Ferreira, iniciou o plantio de oliveiras no município de Cambuí (MG) em novembro de 2014.
Marco relata que seu pomar é formado pelas variedades Arbequina, Arbosana e Koroneiki e, desde os primeiros plantios, conta com o suporte técnico da EPAMIG.
Todos os anos, antes de iniciar a colheita das azeitonas, o produtor realiza ao menos uma análise de maturação dos frutos na EPAMIG de Maria da Fé. “Os resultados das análises me orientam sobre o melhor momento para a colheita. Assim, eu mantenho alto o índice de qualidade do azeite e minimizo riscos de perdas por atrasos na colheita, ataques de pragas e chuvas de granizo comuns no verão”, afirma Marco Ferreira.
Não existe um percentual exato da quantidade de azeite que uma azeitona é capaz de produzir. Isso ocorre porque há inúmeros fatores inerentes às oliveiras e ao clima, solo e localização dos olivais. Todavia, a pesquisa agropecuária atua para apresentar ao produtor índices nos quais ele pode tomar decisões mais acertadas.
Luiz Fernando de Oliveira conta que esses índices variam de acordo com as condições climáticas das propriedades e, principalmente, em função das cultivares de azeitona. Cada cultivar possui uma genética que permite acumular mais ou menos azeite.
“Os levantamentos para composição dos índices são feitos sempre com base na massa seca. No laboratório nós desconsideramos o teor de água que os frutos têm. Isso porque a umidade pode variar ao longo do tempo, tanto pra mais quanto pra menos, em função de chuvas ou de outros fatores”, conclui o pesquisador da EPAMIG.
A extração de azeites da Mantiqueira para a safra de 2022 já começou. Segundo o pesquisador da EPAMIG, Pedro Moura, um dos principais requisitos para obter azeites de qualidade é proceder com a extração logo após a colheita das azeitonas.
Pedro Moura explica que, depois de colhidas, o processo de respiração dos frutos não é interrompido. De acordo com ele, isso pode oxidar e fermentar as azeitonas, processo que traz impactos para a qualidade final do azeite.
Por isso a necessidade de proceder com a extração logo após a colheita. No entanto, a estrutura de maquinários para o serviço requer investimentos financeiros consideráveis.
Em resposta a pequenos e médios produtores, a EPAMIG realiza extração de azeite no Campo Experimental de Maria da Fé. O serviço atende marcas do Sul de Minas, Norte de São Paulo e até de outros estados e regiões do país. Interessados nos serviços de análises de maturação das azeitonas e extração de azeite deverão entrar em contato por meio do número de telefone (35) 3662-1227 ou pelo email cemf@epamig.br.
A EPAMIG é uma empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
Fonte: Epamig.