Nome científico: Annona cherimola Mill
Nomes populares: cherimoia, cherimoya
Família botânica: Annonaceae
Origem e dispersão: tem sua origem nos Andes, em terras altas, acima de 1.500 m. A Colômbia, o Peru e a Bolívia são os seus centros de origem mais importantes.
Características: é considerada a melhor das anonáceas, tendo dado origem à atemoia, hoje mais cultivada e comercializada. Seu nome se origina da língua quíchua, peruana, sendo também chamada de cherimólia. Seu cultivo é importante no Chile, no México, nos EUA (Califórnia) e na Espanha, em clima subtropical. No Brasil, é pouco cultivada em locais de altitude e com variedades selecionadas localmente, como na Serra da Mantiqueira, em São Paulo. Fruto: é grande, pode pesar mais de 1 kg, mas usualmente tem 400 a 550 g, com maior rendimento de polpa em frutos oriundos de polinização controlada, manual, com até 440 g, para frutos maiores. Tem cor verde e carpelos unidos em nível, dando um aspecto rendilhado à superfície. Conforme a superfície do fruto, ele é denominado de liso, bronzeado, tuberculado, mamilado, umbonado e outros. Sua polpa é branca e saborosa, levemente ácida, doce e de aroma apreciado. As sementes são pretas e poucas em algumas variedades, dando um bom rendimento de polpa, ao redor de 60 %, pela casca fina do fruto.
Clima e solo: é considerada como subtropical, desenvolvendo-se bem em regiões livres de geadas.
Propagação: a propagação por enxertia é a preferida, utilizando-se de porta-enxertos dela mesma ou de outras anonáceas. O principal problema para um cultivo é a ocorrência da baixa frutificação, devido à má polinização, pois há pouca atratividade a insetos e autopolinização, esta devida à maturação dos órgãos masculinos e femininos em períodos diferentes. A polinização artificial, feita manualmente, é recomendada e usada em vários países.
Produção e colheita: os frutos maiores são produzidos quando as flores são polinizadas manualmente, ocorrendo diferenças de até o dobro do tamanho, ou seja, sem polinização manual, o peso é de 300 g em média; com polinização, de 600 a 700 g no tipo bronzeado. O período de colheita no Chile é de agosto a dezembro.
Cuidados pós-colheita: o fruto é climatérico, amadurece rapidamente após a colheita e é muito perecível. Passa da cor verde-escura para amarela leve quando maduro, com manchas escuras, maiores se resultantes de danos, com a polpa mudando de branco a creme. Em condições refrigeradas, o fruto pode ser conservado até 30 dias, em temperatura de 7 oC ou 21 dias a 11 oC, esta sem o problema de efeito do frio. O pré-resfriamento é recomendado para armazenar a 13 oC e com umidade de 90-95%, nos Estados Unidos, conservando-se por duas a quatro semanas. O fruto é suscetível à desidratação após a colheita, o que reduz seu peso e prejudica sua aparência; isso pode ser evitado, em parte, com o uso de cera ou frio para estocar o fruto. Em alguns tipos, o frio pode causar rompimento da casca, escurecimento, ou, no fruto muito maduro, o escurecimento da polpa e manchas de água nesta.
Variedades: Fino de Jete, Campa, Golden Russet são algumas variedades comerciais. Muitas outras existem, de acordo com os tipos dos frutos.
Utilização: é considerada como uma das três melhores frutas do mundo, junto com o mangustão e o abacaxi. É consumida usualmente ao natural, mas sua polpa pode ser adicionada a sorvete, iogurte e doces. Também é excelente para mistura com bebidas, como o vinho branco, e com limão e gelo para se fazer um excelente refresco, como é usual na Colômbia.
Foto 1. Frutos típicos de cherimoia, com carpelos bem marcados
Foto 2. Fruto cortado de chermoia mostrando a polpa e as sementes
Fonte: DONADIO, L.C. Livro Frutas Exóticas (Funep, FCAV/Unesp)
Os açúcares do fruto são, em média, de 7 a 12 % para sucrose; 9 % de glucose, e açúcares redutores de 4,5 a 12%; a acidez varia de 04, a 0,8 %.
Vitaminas – A polpa tem bom nível de B1, de 0,6 a 0,12 mg; B2, de 0,11 a 0,14 mg, e B3, de 0,60 a 1,00 mg, vitaminas importantes na nutrição humana; vitamina C – o índice é baixo, apenas 15 a 20 mg/100 g de polpa.
Minerais – Potássio – 268 mg; fósforo – 37 mg; cálcio 8-32 mg; ferro – 0,5 mg.
As proteínas variam de 1,5 a 3 %, e o teor de calorias de 60 a 100.
O teor de fibras vai de 1 a 2 g em 100 g de polpa. O nível de gordura é baixo, com apenas 0,1 a 0,5 %. Os ácidos orgânicos presentes são o cítrico, málico e outros. Alguns fenólicos da polpa têm efeito medicinal.
Fonte: DONADIO, L.C.; ZACCARO, R.P. Valor nutricional de frutas
Em uma excelente revisão sobre anonáceas, informa-se que, na Argélia, a cherimoia floresce em julho e fica pronta para ser colhida durante o inverno; na Jamaica, é colhida entre julho e setembro e, nas ilhas Canárias, no começo do inverno. Na Itália, o fruto pesa em média 350 g. No Peru, a cherimoia produz mesmo sem um período de dormência. Quando plenamente madura na planta, os frutos devem ser colhidos e deixados para amolecer, mas se forem enviados a longa distância, devem ser acondicionados em caixas, ainda firmes, antes de ficarem moles, até chegarem ao destino. Há uma mudança de cor do verde para o amarelo leve quando o fruto estiver no ponto de colheita. (WAGNER DE MELO FERREIRA. Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO – Núcleo de Estudos Ambientais).