Nome científico: Solanum americanum
Nomes populares: maria-pretinha; black mary, em inglês. Conhecida também pelos nomes de erva-moura, maria-preta, aguarágua, aguaraquiá, aguaraquiá-açu, araxixu, caaxixá, carachichu, caraxiocu, caraxixá, caraxixu, erva-de-bicho, erva-mocó, guaraquim, guaraquinha, pimenta-de-cachorro, pimenta-de-galinha, pimenta-de-rato, sué e erva-de-santa-maria.
Família botânica: Solanaceae
Origem e habitat: planta ruderal (designação dada em ecologia às comunidades vegetais que se desenvolvem em ambientes fortemente perturbados pela ação humana, como depósitos de entulho e aterros) nativa das Américas com ocorrência entre o sudoeste dos Estados Unidos e o sul do Peru e do Paraguai, sendo muito comum no Brasil. Apesar de possuir bagas comestíveis, com valor medicinal, estas devem ser ingeridas com prudência, pois os seu frutos negros podem ser confundidos com os da beladona, cuja toxicidade é elevada. Encontra-se presente em todas as regiões tropicais e subtropicais, sendo considerada por alguns autores como nativa do Havaí ou pelo menos como uma introdução remota nesse estado norte-americano, provavelmente por meio de povos polinésios. É usada como planta medicinal em vários países, como Camarões, Quênia, Panamá, Serra Leoa e Tanzânia e também no Havaí.
Planta herbácea anual ou perene de vida curta, com 1-1,5 m de altura máxima.
Folhas: alternadas, com grande variabilidade de tamanho, em geral com 10 cm de comprimento e 7 cm de largura, com pecíolo curto (em geral inferior a 4 cm de comprimento) e margem ondulada ou dentada. A página inferior é pilosa, com um tegumento verde-pálido.
Flores: têm cerca de 1 cm de diâmetro, brancas ou ocasionalmente purpurescentes, com estames amarelos.
Frutos: são bagas negras, moles, brilhantes, quase perfeitamente esféricas, com 5 a 10 mm de diâmetro, contendo sementes pequenas e numerosas. As bagas imaturas apresentam manchas esbranquiçadas. Quando maduras devem ser consideradas venenosas, pois podem conter níveis elevados de solanina, bem como os alcalóides tropânicos escopolamina, atropina e hiosciamina, porém em pequeníssimas quantidades. Em geral a planta não é tão venenosa como as restantes espécies do género Solanum. Pesquisadores científicos têm opiniões diferentes quanto à toxicidade da maria-pretinha: Abreu Matos et al.(1) afirmam que apenas os frutos verdes são perigosos. Kinupp e Lorenzi (2) colocam esta planta entre as comestíveis não-convencionais. A espécie pode facilmente ser confundida com um amplo conjunto de outras solanáceas, incluindo espécies com muito elevada toxicidade como a beladona.
(1) Abreu Matos, F.J.; et al. (2011). Plantas tóxicas. páginas 171-2. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 278 páginas.
(2) Kinupp, V. F. e Lorenzi, H. (2014). Plantas alimentícias não convencionais no Brasil. páginas 664-5. Nova Odessa: Instituto Plantarum. 768 páginas.
Conforme publicado no site mundoboaforma, à maria-pretinha são atribuídas as seguintes propriedades medicinais, porém a coordenação técnica do portal TodaFruta recomenda que, para cada caso, se verifique se a indicação tem fundamento científico:
De forma mais detalhada, a planta e o fruto estão associados aos seguintes benefícios (valendo, mais uma vez, a observação quanto à necessária fundamentação científica das afirmações apresentadas):
Efeito depurativo: atua como desintoxicante, contribuindo com a eliminação de toxinas encontradas e acumuladas no organismo.
Combate ao inchaço: por possuir propriedades diuréticas, a maria pretinha combate o inchaço causado pela retenção de líquido. A planta estimula a eliminação de excesso de líquido por meio da urina. Entretanto, é importante não exagerar no consumo e beber bastante água, para não eliminar mais líquido que o necessário e sofrer o risco de desidratação.
Vida sexual: possui propriedades afrodisíacas, ou seja, atua como estimulante sexual.
Auxílio no tratamento de doenças: o consumo de maria-pretinha pode colaborar com o tratamento de asma, amigdalite, anemia, cirrose, cólicas, diarreia, escorbuto (deficiência de vitamina C), gastrite, meningite, malária, úlcera gástrica, terror noturno, excitação nervosa, afecção urinária, gastralgia (dor nervosa ou cãibra do estômago), crises hepáticas, espasmos da bexiga, distúrbios digestivos, hemorroidas e distúrbios ginecológicos.
Aplicação na pele: por meio de uso externo, pode auxiliar no tratamento de condições como inflamações, áreas intumescidas (dilatadas)/irritadas/doloridas, dartros (crostas ou esfoliações), furúnculo, queimaduras, panarício (inflamação desenvolvida ao redor das unhas das mãos ou dos pés), queimaduras, psoríase, eczema, abcesso, acne, dermatite, erisipela (infecção na camada superficial da pele, que causa feridas vermelhas, inflamadas e dolorosas), escrófulas (infecção nos gânglios linfáticos do pescoço), erupção cutânea, leucorreia (corrimento vaginal), pústulas (aparecimento de bolhinhas, acompanhadas de pus, na pele), micose (tinha) e vaginite. A aplicação externa das folhas de maria pretinha ainda ajuda a tratar pano branco, feridas e úlceras.
Fonte de nutrientes: as folhas da planta são compostas por nutrientes como proteínas, manganês, fósforo, ferro e boro.
Ajuda a dormir: apresenta efeito calmante.
Alívio a dor: possui propriedades analgésicas.
Aumento do peso: possui propriedades aperientes, ou seja, de estimular o apetite.