Com o objetivo de dar uma melhor disposição aos resíduos de tangerina, Gabriela Franco Arnedo, Mestre em Engenharia Química pela Universidade Nacional da Colômbia (UNAL), analisou os diferentes compostos (fenólicos, flavanonas, carotenóides) presentes na variedade arrayana. Nesse resíduo de frutas, foram identificados extratos com atividade antioxidante que podem ser utilizados pela indústria de alimentos.
Para isso, ela usou a extração supercrítica de fluidos, um método não convencional que consiste em pressurizar com dióxido de carbono (CO2) e etanol como solventes e também é uma alternativa mais limpa que o extrator Soxhlet, um sistema comumente usado que utiliza grandes quantidades de solventes que podem estar poluindo.
“Com esta técnica, obtivemos 3,6 mg de antioxidantes (flavononas) por 1 g de extrato, quantidade superior à do método Soxhlet, além de possuir uma substância mais pura, livre de solventes tóxicos”, explica a mestre.
Para testar os óleos antioxidantes e seus efeitos, a pesquisadora preparou maionese com compostos naturais e adicionou o extrato em diferentes concentrações. No teste acelerado, misturas de maionese com o extrato foram introduzidas nas concentrações de 250, 500 e 1.000 partes por milhão em um forno a 60 oC.
Em todos os casos, foi determinado que os extratos inibiam a oxidação em comparação com uma maionese sem nenhum antioxidante: “também descobrimos que em baixas concentrações eles têm o mesmo comportamento que os antioxidantes sintéticos”, detalha.
Como o teste foi realizado em um composto graxo como a maionese, não é possível determinar que os antioxidantes extraídos aqui se comportam da mesma maneira em um composto aquoso ou outro, pois isso depende da afinidade dos antioxidantes extraídos com o composto. Da mesma forma, para pesquisas futuras, espera-se realizar análises de toxicidade e tempo de proteção dos óleos antioxidantes.