19/08/2016 – Globo Rural On-line
Confira as fotos dos leitores de Globo Rural e descubra
POR JOÃO MATHIAS
1) Que fruta é essa da foto que está nascendo aqui no sítio?
Sonia Thomé, por email
Frequentemente confundido com o mangostão (G. mangostana L.), sobretudo na fase jovem, o falso-mangostão, também conhecido como garcínia e mangostão-amarelo, é encontrado em pomares domésticos. A árvore de tronco ereto, casca marrom-clara e copa piramidal, ainda é muito usada como ornamental em jardins públicos e parques. Atinge até 20 metros de altura. Comestível, o fruto de casca lisa e formato semelhante ao de uma pera tem sabor levemente ácido. Pode ser usado para o preparo de doces e sucos. A espécie é originária do continente asiático, mais precisamente da região da China e da Índia. Na fase de muda, há um procedimento simples para distinguir o falso-mangostão do mangostão. Remova uma folha da planta e observe a exsudação de resina – material incorretamente chamado de látex popularmente –, no pecíolo (base da folha). Se for de coloração amarelada, a fruta é mangostão; a branca é do falso-mangostão.
CONSULTOR: JOSÉ EDMAR URANO DE CARVALHO, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Tv. Dr. Enéas Pinheiro, s/n, Belém, PA, Caixa Postal 48, CEP 66095-100, tel. (91) 3204-1000
2) Qual é o nome da fruta da foto?
Mayara Coutinho, de Rio de Janeiro (RJ)
Aparentemente, trata-se do porongo globular, planta rústica também conhecida como cabaça. Na região Sul, seu uso é muito comum como matéria-prima para a fabricação da cuia, recipiente que serve para beber sobretudo o chá de mate, bebida popularmente chamada de chimarrão pelos gaúchos, cujo consumo é um hábito antigo entre eles. A semeadura do porongo ocorre a partir de setembro em locais onde há geada ou frio mais acentuado. Para se ter certeza da espécie, no entanto, é necessário ter acesso a mais informações de suas características. Verifique se a planta é rasteira e parecida com um pé de abóbora, se a flor é branca e abre à noite, se o fruto é oco e também o tipo de semente que carrega, dados que permitirão identificar com mais clareza a cultura, pois caracterizam o porongo.
CONSULTOR: WOLMAR TREVISOL, professor do Colégio Agrícola Frederico Westphalen, Universidade Federal Santa Maria, Linha Sete Setembro, s/n, Caixa Postal 54, CEP 98400-000, Frederico Westphalen, RS, tel. (55) 3744-8900, wtrevisol@usp.br, wtrevisol@smail.ufsm.br
3) Gostaria de saber se posso comer os frutos da árvore que nasceu no quintal de casa?
Samara Mara, de Forquilha (CE)
Aparentemente, a planta tem semelhança com a Ixora finlaysoniana, uma espécie ornamental de origem tailandesa e comumente cultivada em jardins brasileiros. Pertence à família Rubiaceae, a mesma do café e do jenipapo. Como também possui espécies venenosas, a recomendação é ter cautela quanto à ingestão dos frutos, já que há falta de referências sobre consumo. Além disso, é importante contar com mais informações para assumir uma identificação correta da planta. Detalhes a respeito dos ramos, flores e/ou frutos contribuem para distinguir as espécies.
CONSULTORAS: CÍNTIA KAMEYAMA, LÚCIA ROSSI, INES CORDEIRO e ROSANGELA SIMÃO BIANCHINI, pesquisadoras do Núcleo de Curadoria do Herbário, Instituto de Botânica, Av. Miguel Stefano, 3687, CEP 04301-012, São Paulo (SP), tel. (11) 5067-6087, www.ibot.sp.gov.br
4) Que fruta é essa que tem casca fina, caroço grande e polpa levemente doce? Como cultivá-la para dar mais frutos?
Jorge Lima, de João Pessoa (PB)
A fruta apresenta semelhanças à ameixa-de-madagascar (Flacourtia jangomas), que pertence à família Salicaceae. Originária de Madagascar, é pouco cultivada aqui, onde é também conhecida como esfregadinha e jangoma. Tem boa adaptação em regiões de clima tropical, com tolerância a geadas fracas. Seu plantio é possível em vários tipos de solo. A planta é indicada para ser usada como quebra-vento. Mais informações podem ser obtidas no livro Frutas Exóticas, cujo acesso pode ser realizado por meio do link http://www.funep.org.br/index_livraria.php
CONSULTOR: JOSÉ EDMAR URANO DE CARVALHO, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Tv. Dr. Enéas Pinheiro, s/n, Belém, PA, Caixa Postal 48, CEP 66095-100, tel. (91) 3204-1000
5) Que planta é essa que cresceu a partir de um dos ramos do meu pé de acerola?
Regina Meloni, de Sertãozinho (SP)
A planta chama-se erva-de-passarinho. Pertence à família Loranthaceae e, muito provavelmente, à espécie Struthanthus martianus. Sua incidência é comum em plantas frutíferas, principalmente laranjeiras e goiabeiras, mas também pode ocorrer em várias outras espécies arbóreas e arbustivas, cultivadas ou nativas. Na medicina popular, é utilizada nas afecções das vias respiratórias e outras moléstias, existindo, inclusive, o comércio da espécie do gênero (S. flexicaulis Mart.). Os frutos da planta parasita são atrativos para pássaros que, ao se alimentarem deles, dispersam a erva. A erva-de-passarinho é uma hemiparasita, planta que utiliza a seiva bruta do hospedeiro para realizar a fotossíntese, crescimento e reprodução. O processo causa prejuízo, drenando recursos da aceroleira, no caso. Para evitar danos ao pé de acerola, o ramo da fruteira deve ser podado um pouco abaixo da região de inserção do parasita na planta.
6) Gostaria de saber que fruta é essa, que tem cheiro de tomate e sabor azedo.
Rui Herzog
A Solanum sessiliflorum Dunal, conhecida como cubiu, maná-cubiu ou tomate-de-índio, é nativa da região amazônica, tanto no Brasil quanto dos países vizinhos. Já era utilizada pelos indígenas como alimento, medicamento e cosmético. Atualmente, seu cultivo vem ocorrendo em pequena e média escala, inclusive para exportação (extração de pectina), e tem sido incentivado para melhoria na dieta e fomento de agroindústria familiar. O fruto pode ser consumido ao natural, principalmente como tira-gosto, ou como suco, doces, geleias e em pratos regionais. Tem sido usado no combate à anemia, pelagra e colesterol, ácido úrico e glicose no sangue. Grupos indígenas usam folhas, galhos e raízes de plantas jovens, maceradas e fervidas contra mordidas de aranha e na cicatrização. O suco ainda é usado para dar brilho aos cabelos. Pertence às Solanaceae, mesma família dos tomates, berinjelas, jilós, pimentas, pimentões e muitas outras espécies nativas e exóticas, cultivadas ou não.
CONSULTOR: LUÍS CARLOS BERNACCI, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Avenida Theodureto de Almeida Camargo, 1500, CEP 13075-630, Campinas (SP), tel. (19) 3202-1650, bernacci@iac.sp.gov.br